AS SETE VIRTUDES DO LÍDER AMOROSO

O Líder Comunicativo.

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos se não tiver o amor, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.”

A primeira virtude fundamental de um líder é a capacidade de se comunicar. Não basta fazer barulho como um sino. É preciso aprender o jeito certo de ouvir e de falar…

O PRINCÍPIO DA MEDIOCRIDADE E DA SABEDORIA

O líder arrogante imagina que sabe tudo sobre o seu produto e sobre o seu negócio. Está sempre disposto a dar uma resposta. Tem muitas dificuldades para fazer perguntas. Monopoliza o tempo das reuniões com intermináveis discursos. Seu orgulho é o princípio de sua mediocridade, pois quem pensa que tudo sabe não tem espaço para aprender e fica escravo de sua própria ignorância.

O líder nato (ou amoroso) é humilde. Está disposto a aprender sempre mais. Tem o hábito de fazer muitas perguntas, mesmo aos que sabem menos do que ele. Quem ama ouve respostas, aprende lições, pergunta o porquê (e não apenas impõe). Sua humildade é o principio da sua sabedoria, pois quem sabe que não sabe abre espaço na mente para aprender sempre mais.

O líder comunicativo precisa voltar a ser criança se quiser aprender os mais diversos tipos de linguagens, inclusive idiomas. Precisa voltar a aprender a perguntar e não apenas falar e impor.

Só aprendemos se ouvimos e falamos. Nossas escolas nos “adultecem” demais. Somos obrigados a ficar calados diante de alguém que pensa que sabe tudo e acaba nos contaminando com suas lições. Por sorte esquecemos boa parte do que aprendemos. Seria insuportável viver com tantos teoremas e regras de gramática. Quase não aprendemos das coisas mais importantes da vida, como é o caso da comunicação.

No princípio da boa comunicação há sempre uma ótima pergunta. Quem souber fazê-la abrirá caminho para o próprio sucesso. O filósofo grego Sócrates já andava peripateticamente ao redor da praça com seus alunos fazendo perguntas, de modo que o conhecimento nascia no diálogo.

Após ouvir, o líder comunicativo passa tudo pelo crivo de uma série de filtros, para que não fique disperso em meio a um tiroteio de sugestões desordenadas. Ele aproveita o que é possível e muitas coisas simplesmente vão para a lixeira.

O líder comunicativo, em muitas situações, ouve até o que as pessoas não dizem. É intuitivo. Muitas vezes, a mensagem mais importante é a que está sepultada no silêncio. Muitas pessoas tem dificuldade de expressar suas necessidades. Quando um líder exercita essa “empatia” e sabe ler o coração do outro, ganhou um liderado fiel.

No processo do diálogo interferem alguns elementos secundários, mas muito importantes: o olhar, o tom de voz, a atenção. Uma técnica infalível é repetir com suas palavras a resposta do outro.

A boa comunicação tem outro elemento fundamental: o humor.
Quem sorri quando fala multiplica por 10 a capacidade de atingir o interlocutor. Não se trata de fazer piada, ou utilizar a técnica da ironia ou cinismo. Estas, ao contrário, são barreiras que se tornam verdadeiros obstáculos para a comunicação.

Não basta comunicar do jeito certo. É necessário ter conteúdo.
No fim do processo o que ficará mesmo é a mensagem.
Se o produto não for bom de nada valerá o belo embrulho.

Fonte: Alguns conceitos extraídos do livro “As sete virtudes do líder amoroso“.

ARTIGOS COMPLEMENTARES

Cultura Organizacional.

Segundo autor ROBBINS (2004:240), a composição da cultura de uma organização se dá a partir de sete características básicas, medidas por gradações:

  • Inovação e capacidade de assumir riscos: o grau com que os empregados são encorajados a ser inovadores e assumir riscos.

  • Atenção aos detalhes: o grau que se espera de cada empregado em relação à precisão, análise e atenção aos detalhes.

  • Orientação para resultados: o grau com que a administração prioriza resultados, em vez de técnicas e processos usados para atingi-los.

  • Orientação para pessoas: o grau com que as decisões gerenciais levam em consideração o efeito das consequências das decisões sobre as pessoas na organização.

  • Orientação para equipes: o grau com que o trabalho é organizado em equipes em lugar de indivíduos.

  • Agressividade: o grau com que as pessoas são agressivas e competitivas em vez de complacentes ou descuidadas.

  • Estabilidade: o grau com que as atividades organizacionais enfatizam a manutenção do status quo, em contraste com o crescimento.

À medida que um grupo organizacional resolve seus conflitos e tem suas tomadas de decisões, ocorre o que SCHEIN (1992) chama de adaptação externa e integração interna.   Assim, os resultados considerados válidos e efetivos são perpetuados e adotados como integrantes da cultura dessa organização, como o meio correto de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas.

Esse autor define uma série de elementos como constituintes da cultura organizacional, sendo os mais importantes os valores; as crenças; os ritos; os mitos; os tabus; os heróis; as normas; e a comunicação formal e informal, descritos a seguir:

  • Valores: são o núcleo da cultura da organização, e constituem-se nos pressupostos básicos que a formam.

  • Crenças: são constituídas por tudo aquilo que os membros da organização têm como verdadeiro, ou seja, são as verdades adotadas pela organização, e acabam por ser absorvidas de tal forma que se tornem inquestionáveis.

  • Ritos: são a expressão, por meio de atividades planejadas, da própria cultura da organização, tornando-a mais tangível e perceptível.  Os mais comuns são os de integração; os de passagem; os de degradação; os de redução de conflitos; de renovação e de reforço.

  • Mitos: referem-se a estórias contadas e difundidas por meio dos membros da organização, criadas sem fundamentação em fatos e compartilhadas no dia a dia, perpetuando a cultura organizacional por meio do reforço de certos valores e crenças.

  • Tabus: constituem o “proibido” ou “intocável” das organizações, e objetivam conscientizar seus membros do que é aceito, de forma disciplinar e inquestionável.

  • Heróis: referem-se àquelas pessoas que são o próprio retrato da organização, de forma a verdadeiramente vestir a camisa dos valores organizacionais. Têm como função trazer à tona a ideia de que o sucesso é atingível e humano, por meio de seu comportamento exemplar e modelo, fornecendo assim padrões para desempenho, bem como representar a organização externamente, preservando suas características especiais e, inclusive, servir de motivação para os demais membros.

  • Normas: são os modos de agir, em termos de regras e padrões, mesmo quando não escritas, e que indicam tudo aquilo que é esperado, aceito ou apoiado pelo grupo como um todo.

  • Comunicação formal: trata-se do que é expresso, por meio de regras, de forma clara e padronizada, como interação social sistemática entre a organização e os ambientes externo e interno.

  • Comunicação informal: refere-se à troca de mensagens espontânea, livre de regras e assistemática entre os membros da organização.

Qual a diferença entre cultura organizacional e clima organizacional?

Em poucas palavras, a cultura é a causa e o clima é a consequência. (LUZ, 2003:20). Eles são fenômenos complementares. O autor afirma ainda que, enquanto o clima é um fenômeno temporal, a cultura decorre de práticas recorrentes, estabelecidas ao longo do tempo.

Pode-se dizer, portanto, que o clima é resultante das variáveis culturais. Se ocorrer mudança organizacional, consequentemente há alteração do clima. Assim, existe uma relação dinâmica, simultânea e sistêmica entre os dois fenômenos, tecendo a complexa rede que forma a organização.

Fonte: MBA em Comportamento Organizacional – ESAB